24.3.17

Não vá.
Eu quero te contar o que aconteceu
Quero falar de quantas vezes pensar em você me ajudou a não desistir
Quero ouvir mais sobre seus sentimentos e vontades, e menos sobre as outras pessoas
Quero sentir que temos coisas compartilhadas
Acima de tudo, quero te olhar e saber que, naquele momento, estamos completas
Tenho pavor do que não está por inteiro, entende?
Meias palavras
Conversas interrompidas
Interações meio apressadas onde não cabem os pensamentos não-imediatos
Pensamentos que importam.

Você não percebe que, quando você vai,
perdemos partes de nossas histórias?
Elas estavam lá, esperando para serem contadas,
e quando você solta uma ponta do fio, essas contas caem no infinito silêncio
e sobra apenas a frieza do vazio
Frustração
e silêncio, o maldito silêncio.

Eu preciso de alguma naturalidade
Porque quando sorrio, sinto a máscara repuxando minha pele
Sinto raiva por não conseguir nada além de uma imagem pálida e fria do que sei que podemos ter
Raiva por não me satisfazer com tão pouco
Raiva por achar que é tão pouco
Raiva por ter raiva

Mas não pense que com isso eu estou exigindo mais
Não pense que não sei que você simplesmente não pode
Só estou tentando me justificar
Racionalizar a raiva, talvez
E só talvez, tentando atingir algo doce em você
Algo mais quente e mais vivo.

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