18.11.15

Uma tarde lenta

Você diz que nunca provou, ainda que o aroma lhe atraia. O que lhe impede? Minha pergunta escapa por entre um sorriso. Costume, Costumes são moldados, É verdade. Seu olhar suspira enquanto baixa para a mesa e então para meus dedos dançando em torno da xícara já vazia. Mesmo os costumes criados por outros são moldáveis por nós. A última palavra sai lhe curvando os lábios, prontos para explodir em sua ousadia vermelha. Essa ousadia é aquela que abraça qualquer amargura, incorpora-a e a transforma de arma em estandarte.
Meus lábios carregam traços amargos já acostumados. Entenda quando digo que eles não podem resistir a tal promessa de redenção. Eles se apressam em sorver a ousadia ao tomar um beijo vermelho, e a pressa se torna uma maciez quente.



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