E assim se desenrola o emaranhado de acontecimentos que formam a mente. Cada fio é um pensamento, cujo comprimento varia de acordo com a importância que lhe é atribuída.
E quanto maior o fio, maior a facilidade de entrar em conflito com outros e formar nós; alguns deles tão emaranhados que tornam-se indissociáveis. Deve-se pois acostumar-se a eles, mesmo abraçar sua existência, por mais irônico que possa parecer.
Alguns fios, de tão longos, perdem-se num infinito aparente. É aí que começa a preocupação. Não se vê o fim, não se tem controle. É tudo imprevisível e assustador: estás vulnerável.
E os nós... Quantos há além de teu campo de visão? É perigoso um fio tão importante ter muitos nós, pois ele pode se partir sem aviso prévio. Tem vida própria fora de ti.
E quando, de fato, ocorre um rompimento assim é uma dor descomunal, atordoadora. Tudo o mais é nada e nada é tudo que há em ti.
Mas foi um deleite acompanhar o crescimento do fio, tão colorido e alimentado diariamente com afeto. Como evitar o baque?
É relativamente simples explicar: não o perca de vista. Mantenha uma distância segura, mas sempre saiba o que se passa. Mesmo que tenhas que ler nas entrelinhas.
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