17.5.14

Meu vício

Palavra nunca me gostou
Sempre me foi mais desalento que liberdade
alegoria da Dor Perpétua
comprazentemente chafurdante no escárnio
É quase uma companhia interna e ausente:
Ora me espreita indelicadamente,
ora me perco
sem seu peso na existência,
nos braços que só sangram quando a servem de ninho.
E ela se aninha.
E me dilacera a calma com seu jeito de infinito
E turva tudo que é branco com unhas inexpugnáveis em carne tenra
solo pouco semeado
fraco demais para conceber.

Minha Palavra felina então me ordena mais um cafezinho.


Nenhum comentário:

Postar um comentário