15.8.12

Confissões

Venho pensando sobre (lê-se supondo) as opiniões das pessoas sobre mim. 
A ideia mais plausível, a priori, disse-me que eram indiferentes.
Acostumei-me. Talvez por isso meta os pés pelas mãos tão logo desenvolvo o potencial de fazer com que alguém sinta minha falta. Ou mesmo antes, ao perceber a iminência desse.
(Sim, finalmente resolvi sair de minha zona de conforto e aprender com as pessoas ditas reais)
Mas a verdade é que não sei lidar com intimidade. Temo-a porque não sei me aproximar deliberadamente, temo-a porque expectativas inevitavelmente decepcionam, temo-a porque não quero afastar aqueles de quem gosto mais uma vez (por puro egoísmo, eu sei).

E o pior é permanecer no limiar. Não há nada pior do que fazer pelas metades. Gostar sem amar, encontrar sem perder, sorrir sem gargalhar, querer sem doar, viver sem errar, abraçar de olhos abertos. Nada disso me move, e o que não me move não quero.

Querer. o problema é esse. Sempre quero o difícil. Se quisesse farrear todo fim de semana, seria muito mais fácil do que estudar o dia inteiro para tentar uma vaga na USP. Se quisesse um tênis ou um vídeo-game seria muito mais fácil do que poder conhecer lugares, culturas e pessoas diferentes. Se quisesse sexo, seria muito mais fácil do que conseguir carinho, sinceridade e entrega (pois é, eu também pensava que era isso que as pessoas queriam dar, mas o que a maioria quer é a posse, a sensação de ter poder sobre alguém que os outros julguem atraente).

Um passo de cada vez... Um passo de cada vez... Um passo de cada vez...


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