- Por que estás aí tão só?
- Não estou só; este lugar está transbordando de gente.
- Quanto mais gente, mais egos sufocantes. Por que frequentas este tipo de lugar? Não te asfixias?
- Não. Aqui deixo de respirar oxigênio. Respiro suor, saliva, olhares, cigarros, bebidas e perfumes baratos.
- E isso te satisfaz?
- Não cabalmente. As delícias devem ser tomadas em doses homeopáticas pois, sendo um ser entediado, aborrecer-me-ia mesmo com as melhores bebidas, músicas e mulheres, que são o sentido da vida.
- Então és um escravo dos prazeres?
- E quem não o é?
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